quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Histórias de um coração que bate: Café com Mari.

     "Me dê um café?
     Com açúcar, por favor. Minha vida não anda melada... nem amarga. Ela continua sendo vida. Não, não espero ninguém, mas, caso apareça, será bem-vindo com a vida.
     Você já ouviu falar nessa gente? Essa que vive rindo como se a vida fosse fácil como mostrar as canjicas. Não acho que ela são felizes o tempo todo, inclusive, acredito que são um bando de “finjões” . Comparo eles com esses blocos que usam mascaras e fazem coisas e mais coisas brigando pelo que eles acreditam e não mostram o rosto. Os finjões são assim com a vida. Todo mundo tem problemas e quer quebrar as coisas, mas não sei se é assim que funciona.
     Meu café, já vem?
     Não tenho raiva desse povo. Talvez eu até os conheça. Talvez, estão tão perto que me enganam todos os dias com suas mascaras... você pode ser um deles, sabia?
Qual o seu nome mesmo?
 Mariana?
 Posso te chamar de Mari? Então Mari, você pode ser uma” finjona” e viver como vive. Não que isso seja um problema ou algo abominável, mas não entendo a capacidade de sorrir e amar fácil. Você ama fácil? Pois é Mari, eles também , e o amor deles é igual aquelas balas... aquelas azedinhas... doce por fora e ácida por dentro...
...
ISSO! TNT!
Assim é o amor deles: doce e curioso, sem saber o que tem dentro. Superficial e marcante até o meio, quando se torna azedo, insuportável que te da vontade de cuspir e não querer mais aquela bala. Sim, já provei desta bala e não foi ruim, mas vazio...
     Obrigado!
 O café ta uma delicia assim como nossa conversa, Mari. Olha, gostei de você! Só escuta e acena com a cabeça assim como os “finjões”.
É! você é um deles e não, não é problema ser um, já disse!
Onde eu estava? Isso, no vazio.
Eles vão e voltam, sempre. É impressionante que eu não consiga ser assim: dado, entregue e sempre sorrir. É, tenho inveja deles. Deles, de como amam e de como são: Tão e impulsivos, sem expectativa e sem verdades, só mascaras.
     Não, obrigado. Um café só basta.
Minha vida tá muito amarga. Mas eu estou bem: estou conversando com você, meus amigos não sabem de metades das coisas que aqui lhe disse, sou outro com eles. Meu amores não passam de três meses e conheço pessoas que, mal sei o nome, e me apego a elas como se fossem minhas pelo resto da minha vida. Mas eu não sou eles...
Não...
Igual a eles."

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Histórias de um coração que bate: Nunca deixe de me dar a sua mão

   “O que eu não te fiz?”-  Dizia o menino em voz alta na frente do seu espelho quebrado enquanto botava para fora toda a sua frustração. –“Talvez, só talvez, eu deveria ter sido mais seu. Mas, a questão não é essa... ou é? Ok. O que eu fui para você?
Ah! Não sabe? Talvez eu não mereça tal resposta. -  O menino saia da frente do espelho, agora esmurrado, e pisoteava todos os cacos de vidro de tamanha raiva e descia as escadas para rua molhada de sereno. – “Quem é você em todos esse 180 dias? Eu te entreguei minhas ultimas 5 vidas e minhas diversas máscaras... você tem o meu pior, sabia? O meu “eu” vulnerável e ainda acha ruim? Não? Então, qual o problema e o que somos “Nós”?
Sem certeza de nada e dono de suas teorias cartesianas, o menino mergulhava no seu amago e deixava rios de lágrimas pelas ruas silenciosas . Os porquês vieram de forma violenta e surravas a sua cabeça e nocauteava cada canto de amor levando seu ar nas possas de lágrimas. –“ Sinto que eu preciso de mais fé”- Dizia ele embaixo de uma varanda em uma rua escura e apertada. Ele conhecia aquele lugar e não teria outro lugar para não ir, tirando aquela baixo de varanda. –“Preciso acreditar nas minhas palavras e atear fogo nessa planta do “nós”. E porque diabos essas respostas me aparecem agora? Acho que ser você e estar sempre na sua frente é pedir de mais. Não! Estou sendo egocêntrico e cobrando de algo sobre nós, e, talvez, é assim que deve ser. Estou sofrendo por antecipação e não quero fazer fogueira santa de nós.  Poxa! Eu tenho medo.
Medo...
...
...
Por isso eu não permiti mais? Por isso eu te prendi e vivi você? ... Eu fui você esse tempo todo. Em 5 vidas eu nunca fui o que eu sempre quis ser e me tornei você, me encontrei em você. E meu medo agora, é não ser mais você...
Me faz um favor? Me deixa ser eu para que eu possa aprender mais sobre você?
Vamos recomeçar: nos encontramos em um café, pedimos os nossos favoritos do cardápio. Falamos sobre os nosso vícios, falamos dos nossos amigos e hobbies, você me propõe um programa de índio e eu... Eu digo que não. Por quê? Porque eu não uma planta desenhada de nós dois e dessa forma nós improvisamos a vida e começamos a viver.
O que eu não te fiz?
Não me permiti viver você e tive medo de ter. Faça-me outro favor? Me ensina o que é amor?
                O menino saia debaixo daquela varanda. A chuva já tinha passado e suas lagrimas se secaram. Caminhava em direção aquela rua de mão única para sonhar com o que sempre foi seu.  Sem medo, sem dor, com punhos cortados e com um sorriso acompanhado de chororô ele disse:
_ Nunca deixe de me dar a sua mão, ok?
Eu vi... Eu estava ali o tempo todo.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Crônicas de amor: Bandeira Laranja

Na nossa vida existem pessoas únicas, aquelas marcantes e que trazem todo o sentido da vida e quando você percebe isso?
Quando maior parte das coisas que você faz te lembra ela. Eu tenho um alguém assim, e agora ele está longe.
Minha vida mudou de 2009 para cá. Naquela época, onde eu desacreditava de tudo e de todos eu conheci meu oposto, meu amigo, meu amor.
Ele vivia me contando história de princesas encantadas e amor verdadeiro. Já eu, falava que nada disso existia e que era tudo besteira. Ele transformava musicas em trilha sonora da vida e eu, só dava valor aquele monte de palavras jogados na estrofe.
Com ele eu aprendi que todo mundo é diferente e sente de maneira diferente. Aprendi também, que para ser sensível não, necessariamente, tem que chorar. Aprendi o que é um coração mole e como ele se magoa com tudo que há em volta. Aprendi a ser Laranja.

Tomávamos café, chá, cervejinhas. Eu fiz juras de colo e amizade eterna, e quando ele precisava, fazia meu ombro de travesseiro e nossas noites ficaram mais laranjas. Minha vida não foi mais a mesma depois que eu conheci o menino laranja.
Em 2009 eu pedi um amigo novo que pudesse me proporcionar coisas novas... e eu ganhei o melhor dos presentes.

O Menino laranja cresceu e desenvolveu um senso de justiça dos mais teimosos possível, mas, não tinha perdido toda a sua essência doce e sensível. Ele costuma dizer: Costumes a gente muda. Agora, a essência é imutável.
Ele tinha as ideias e ambições mais loucas, e por mais loucas que fossem a única certeza que eu tinha era que ele nunca me deixaria aqui. Mas, de tanta ambição o seu coração de aventura partiu para os ares mais frios do desafio. Ele queria vida nova, conhecer outras culturas, se apaixonar por outro lugar, e desbravar o coração do povo branco. Então, os dias foram passando e o tempo diminuindo. Tempo longo e dias curtos, dias longos e tempos curtos...

E então, você se foi... Você se foi junto com as cores. Tudo é preto e branco
você se foi e levou um pedaço meu
você se foi e eu fiquei aqui
Eu achei que você nunca ia me deixar, mas eu to aqui...
aqui...

Hoje... Eu sou laranja



sexta-feira, 13 de junho de 2014

Crônicas de amor próprio: Ópio

Ouvi essa história de um amante na noite passada:
Ele saiu de casa como costumava fazer todos os dias. O sol dava epaço para lua enquanto ele pensava:
_ Quero a noite mais utópica da minha vida!
Ele não tinha nada a perder, então abriu o guarda roupa, tirou a sua calça vermelher que tanto gosta, uma blusa que ganhou de presente, um par de sapatos escurraçados e saiu em busca do inexistente.
Sim, foi a melhor noite da vida dele. Lá estavam os amigos, tinha combustível e meldias agradáveis.
Nada era tão mais utópico assim. Ele sentia tudo muito real, as danças, as cadeiras, os shots de tequila, e as pessoas esquisitas e até aquele amor de uma noite...
amor de uma noite.
Soa estranho, mas parecia que aquele alí era um universo deles. Nunca se viram e sempre se amaram. A valsa de dois pés esquerdos, as fantasias, a baixaria e o ópio, tudo se transformava no mais caloroso clichê de cinema enquanto seus lábios de entrelassavam nas batidas envolventes dos seus beijos e os seus braços que não os deixavam partir. Então, decidiram fazer eternidade na beira de uma praia que tinha por alí, um lugar aconchegante que aguardava só os dois. Enquanto "casal" contavam as estrelas e juravam amor a elas em silêncio. Tomaram conta das contelações e do amor jurado para uma noite só.
Na madrugada ébria deitaram na restinga, se cobriram com conchas e esperara pelo rair do fim de noite. Se o sono não os tinha, aquela utopia, a noite de um amor só, desaparecia no horizonte junto com a noite.
Quando caiu da cama ele percebeu que não haviam as cadeiras, não tinham pessoas, nem areia e céu. Não tinha amor, não tinha gosto de beijo. Mas, na palma da sua mão estava uma conchinha em forma de estrela, para lembrar daquelas contelações que eles pegaram para um amor de uma noite só
Amor...

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Crônicas de amor próprio: Valsa de dois pés esquerdos

Eu não preciso do consentimento para te amar. Mas, vem ver o céu mudar de cor comigo? Vamos falar da tua vida e de quão chata ela vem sendo ultimamente? Te encontro lá na esquina da tua casa ou naquela praia que vem sendo nosso lugar.
A lua vai demorar a aparecer, enquanto isso, a gente ri, eu toco uma música de acordes fáceis enquanto você se embola com outras notas no meu ukulele porque você esqueceu de tudo o que eu te ensinei na primeira aula.
Quando o céu já estiver escuro e a gente tiver esquecido do que falávamos, eu te amo de novo e você começa a rir de nervoso. Você diz que vai embora e eu já me acostumei com sua partida, já me acostumei com o seu desaparecimento, mesmo eu querendo que você fique e com a vontade de te dizer que o tempo poderia ser mais proveitoso comigo ali, ou algo do tipo, porque na verdade, não há tempo e eu não preciso do seu consentimento para te amar e te amo de novo.
E então, você faz da ciclovia seu ter carpet e eu te assisto ir. Enquanto você some no horizonte eu me pergunto de onde vem esse amor. Talvez, te ver andando pelas ruas, falando com estranhos, fazendo seus barulhos, tão únicos, em cada fala sua e até mesmo, gesticulando um tanto desajeitado, tiveram me marcando por algum tempo.
Ei! Posso te chamar para dançar? Não recuse por favor! Se a gente não ligar para os olhos de fora o mundo se torna nosso e nossa valsa de dois pés esquerdos se torna impecável. E eu... eu volto a te amar de novo. Afinal, eu não preciso do seu consentimento para te amar.

segunda-feira, 31 de março de 2014

Histórias de um coração que bate: Escrita fluída

"O tempo passa e cada dia parece uma primavera. E, por mais que chova bastante, a minha vontade de te ter por perto só aumenta. Mas não corra de mim; eu tenho gurada-chuva para te entregar. Não quero que se molhe, pois a febre pode chegar, e caso ela chegue, vou servir de manta para todo seu frio. Não se canhe, hoje eu vivo para te fazer bem e não aceito outra opção. minha condição é: não deixar que a chuva te faça mal. E se fizer, mal algum há em te pegar para cuidar.
Me encante e me torne mais feliz. Me faça viver, mesmo que sofrendo, pedindo pelo seu bem. Não se afaste de mim; Não quero cair no vácuo do esquecimento. Me faça sentir mais o seu cheiro, pois nessa cidade, tão fétida, é o unico flavor que me agrada. Não há flores, árvores ou perfumes. Quero teu gosto de lua e a belza que só a sua luz trás.
Mas se um dia quizer ir, me deixe as lembranças, os olhares e as gratificações, para que eu possa guardar dentro daquela caixa, que fica no fundo do meu guarda roupa, junto com todas as outras tralhas que guardei desde o nosso primeiro abraço. Por enquanto, eu não quero pensar nisso e, talvez, o eterno pode nos guardar em qualquer canto dele cheio de estrelas. E tenho que te lembrar que: constelações não extinguem, assim como toda a minha vontade de te ver.
Que essas escritas na areia da praia, sejam levadas para o fundo do mar. Assim, eu posso ter certeza de que, um dia, foi eterno e existiu."

Então, as ondas molhavam o pé do menino na quele lugar onde, hoje, é o preferido dele.
Mareia, maraeia maresia. "Sinta a maré...sia"
Eu vi, eu estava ali o tempo todo...

sexta-feira, 21 de março de 2014

Histórias de um coração que bate: Cartas para lua

"E talvez aqui seja meu lugar favorito porque eu corro o risco de te ver. Mas, cuidado! A maré ta alta e eu não quero correr o risco de te ver partir. Hoje o dia ta tão bonito pra te ver. Eu te espero e não tenho pressa. Enquanto te vejo vir de longe, vou pintando o céu de dourado do jeito que você gosta. Deixa o caos do trânsito pra lá e venha sentir o ar fresco e as mudanças do tempo agora que Júpiter é dominante. Eu sei, sabe o que significa? É... as coisas podem começar a dar certo. Não se sinta mal tão menos importante. Na minha vida, menino, a lua sempre vai ter seu lugar.
Somos diferentes. Você é filho da lua com sentimentos distintos; e eu filho de Netuno de ilusões prontas e dono de emoções que só florescem. Mas a lua controla a maré e eu sou dono dos mares. Luar de sentimentos e mar de ilusões. Que time, não?Não me abandone porque o mar precisa de você. Fica paradinho aí! Não existe luz mais bela que reflete você.
  Mas, porque ri tanto? Não que eu reclame, claro. Mas... você fica lindo de qualquer jeito e não existe momento melhor que esse. Queria que toda minha noite se resumisse nessas duas horas eternas que passaram vagarosamente por todo meu corpo. Houve uma conexão, eu senti. Eu te senti da forma mais plena e sensata. Eu tinha tanto mais para te falar, eu tinha mais tantas outras coisas para escutar. Fica mais? Fica aqui comigo? Menino da lua, me leve contigo para que eu me sinta bem. Mesmo que pouco mas leve. Vamos dar uma volta? andar pelas galaxias e assistir o por-do-sol e contar mais histórias sobre a vida? Se não quiser, eu fico aqui no aguardo de um chamado seu. E eu te sinto de longe e só basta um olhar que não demora e eu chego aí.
  Olha só menino da lua; o que eu senti foi pleno. Não sei o que essa combinação de Netuno e da Lua tem, e se Júpiter me deu esse presente naquele momento. Você sendo sensacional e eu apenas te assistindo enquanto fala pelos cotovelos e gesticula. Já tem que ir? Ok, não vou te prender, mas ficaria ali a noite inteira se pudesse.
Obrigado por ter vindo; obrigado por me fazer sentir bem e me dar de presente o que eu mais queria durante muitas noites: um sorriso seu. 
Eu espero que a gente se esbarre por aí mais vezes. Eu espero que Júpiter me dê esse presente de novo e que a Lua contie sempre plena, linda e cheia de sentimentos bons.
Tchau! Vá com cuidado, não me deixe aqui sem você... a maré ta alta e eu não quero correr o risco de te ver partir.

Antes, te entrego minha ultima poesia de bar. Ela sempre foi sua.
     Deixa toda essa marca
     Que só a sua curiosidade tem
     Na sua Canoa tem vaga?
 
   Não me deixe aqui.
     Curumim
     Solidão a dois nos convém

     O rio é sua razão
     Na sua canoa só há dor
     Sabe Curumim...
     Sua ambição não vê fim
     Não tenha medo de se expor
     Aprenda a gostar de mim
     E saiba que sua lança
     Não caça mais amor"

Eu estava ali o tempo todo...

segunda-feira, 10 de março de 2014

História de um coração que bate: (Carta) cinzas de Quarta.

     Em meio a muitos papeis e rabiscos de poesias, O menino se perde em meio as festas dos prazeres da carne. O barulho e toda a curtição pareciam incompleto, pelo menos para ele, que vivia aqueles dias contando com algo mais. E em uma noite regada a amor e muita gente, em meio a um bloco de rua, naquele mesmo estabelecimento, ele começou a fazer sua famosa poesia de bar:
  Ir embora, aquela noite, me fez perceber toda aquela insegurança inocente. Aqueles olhos, que me pediam para ir, me fizeram perceber que eu faço tudo errado. E que, mesmo que aquele "quase pedido de casamento" me fizera aumentar meu ego e, na forma mais absurda, consumisse todo meu ego ao estopim, aquelas palavras que pairavam, flutuavam e se afogavam naquela multidão de gente me tornou cabreiro e desistisse de qualquer coisa. Porque? Porque? Porque, mesmo que eu voltasse a Vênus aquilo não passaria de mais uma viagem intergaláctica.
   Mesmo que meu conto fadas seja um mundo bom, eu deveria ser o ultimo a desfrutar das pequenas coisas, ou, embarcar naquela nave de volta para Vênus. Tudo bem, há uma vida inteira para percorrer e nada mais, do que alguns anos ou até mesmo uma vida, para mudar tudo aquilo: porque ninguém pensa no Sem Amor e porque eu não descubro sobre ele? As horas passam e eu continuo escrevendo essas cartas para ninguém? Porque o mundo só para de girar ao meu redor? Será que eu já vivi tudo o que eu tinha que viver?  Eu busco em todos os sorrisos aquela fuga do bem estar. Mas eu caço, caço e caço. E não acho que a vida seja injusta e que, talvez, eu só sirva de laço para as pessoas. A vida não é só planejamentos e futuro. Mas, a minha possibilidade passa longe da realidade. Sabe aquelas histórias das retas que nunca se encontram? Eu ainda levo um sorriso, um abraço, um beijo e um cheiro, peculiar, em sei cabelo que me conta toda essa história. Eu não peço por pena. É algo que vai além da consideração.
   Mas você me parece tão sereno e buscando por algo maior. Eu queria, ao menos uma vez, te encher de alegria e fazer transbordar os olhos de felicidade. Queria fazer seu dia bem. É que, sei lá, pareço de incomodar de todos os modos e um tanto quanto petulante e insistente. Tenho medo de te fazer algum mal e um medo enorme de ver correr e fugir... 
   Olha, a luz da lua fica linda em você, sabia? ...
   Olha, eu escrevo várias coisas para você e não tenho coragem de entregar. Mas eu posso ler?
   Não? Bom, de qualquer formar eu deixo aqui, para caso um dia, tenha curiosidade.

   Não demore a voltar
   Eu sei que a mata é seu lugar.
   Me deixa te ajudar a caçar?
   Não se assuste se eu me calar
   Solidão a dois nos convém.

   Curumim
   Me disse que quer ser caboclo
   E que sua lança é sua ambição
   Não há dor, e teimosia tampouco.
   Mas, me faz de sua companhia?
   Na Caçada, sou seu culhão
   E te juro não atrapalhar
   Eu sou, mais um, de seus guias.

   Ninguém sabe como ou quando, muito menos onde houve esse encontro. Ninguém sabe, também, o motivo de tantos desencontros. No fundo, O menino quer esperar. No fundo, o menino quer desistir. Na verdade, ninguém entende... ele só encanta, fantasia, se apaixona e sente.
Eu vi, eu estava ali o tempo todo...

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Histórias de um coração que bate: Curumim

   Nas noites mais escuras, o menino procurava em toda ilha em busca do Curumim. Estranho, mas ele parecia ter sumido e ninguém o via em lugar algum, e mais estranho ainda, é o menino se preocupar com toda essa situação. Na noite estrelada, daquele dia, o menino parecia não interessado e muito menos transparecia seu nervosismo. E quando encontrou o Curumim... ahhh o Curumim; toda aquela sua mascara tinha caído e no chão só ficavam todos aqueles sentimentos expostos; e é engraçado que o Curumim continuava sereno com toda aquela situação. Até porque, quais seriam os motivos de tanta afobação?
    O menino queria saber mais do Curumim e em um espaço curto de tempo, ele se foi. Se foi e deixou tudo ali para trás. E o que fazer com toda aquela vontade do menino? Ele se perguntava todo o momento e o que tinha acontecido ali e porque? porque? O menino, que não sabe amar, pode parecer um pouco chato e psicótico. Mas não se assuste Curumim, ele só queria saber de você e se tá tudo bem. Ele sabe que quando o dever te chama, costuma sumir pelas matas e esquecer tudo para trás. E que se você não se concentra o foco se perde, que você ama a solidão e não a considera um castigo, e que nas coisas mais simples você vê toda uma vida de felicidade. Ele sabe que a lua é seu regente e que maré de sentimentos quando se é filho da lua, não é?
    O menino queria deixar um recado para o Curumim e no meio de toda aquela lama ele deixou algo ali, que antes de ter sido levado pelo vento, tocou o coração de alguém.
     
         Curumim
            Porque nas matas você sumiu?
            E o meu adeus aqui ficou
            Curumim
            Isso foi tudo que deixou?
            Ou foi algo no rio que ouviu?


            Deixa toda essa marca
            Que só sua curiosidade tem
            Sua canoa tem Vaga?
            Não me deixe aqui
            Te olhar me faz bem
            Mas se for solidão
            Porque te deixar ir?

     Naquela noite, aquele poeta de bar, com mais 3 acordes, fez a trilha sonora da vida do menino. Eu vi, eu estava ali o tempo todo...

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Histórias de um coração que bate: Cartas para maré cheia

"Eu continuo te vendo pelo meu olho mágico. Os dias passam e você continua com aquela serenidade no olho e aquilo que me arrepia a espinha todas as manhãs por aquele vidrinho que te deixa tão engraçado. Tudo bem? Eu sempre ensaio nossos diálogos pelos corredores daqui de casa. Minha vida é um teatro e você é um personagem dela. Você ri, você fica sem graça, você diz tchau, você fala que tá com fome e quer comer alguma coisa gostosa e eu vejo, e escuto, tudo pelo olho mágico que fica na minha porta só para te ver passar.
  Eu quero você pra mim; tanto quero que traço mapas por onde você passa e as possibilidades de você estar ali naquela hora. E até vou... finjo que vou. Eu costumo me esconder atrás do seu sorriso e fingir que eu não existo para passar por desconhecido. É estranho ter alguém curioso sobre você, não é? Acho que isso tudo fica acima da minha capacidade de cuidar. E é sério! meu desespero de pensar que você precisa de algo ou se tá passando por alguma dificuldade. E você mal me conhece; e eu já sei um tanto de você só de te olhar. E se você achar que eu sou chato? E que no fundo eu to escrevendo uma novela clichê? E se eu não conseguir te fazer sorrir?  Eu fico contente em te ver pelo olho mágico e poder desenhar toda a sua vida da forma que você gostaria que fosse. E se isso um dia te fizer sentir vivo, saiba que é importante para alguém; alguém que tem vontade de atravessar aquele pequeno espaço de vidro e te dar um abraço e acrescentar tudo o que falta na tua vida.
   Ei! Não me olha assim. Eu prometo que sou legal! Não se assuste, porque, tudo o que eu faço é para te chamar a atenção. Não que isso seja bom, mas, é muito doce te ver da forma que eu vejo e tão inocente. Eu costumo viajar todas as noites para te ver. Vou em todos os lugares que me lembram você pelo simples fato de te sentir como parte daquilo tudo, e eu te procuro e sempre acabo no olho mágico de novo. Não tenho hora para passar pela sua janela e nem esperança que, naquela hora, você estaria saindo de casa e eu trombaria contigo e começar a falar de algo chamado "destino". Mas tudo bem. Eu espero mais uma lua para poder te ver de novo, ou, continuo com o olho mágico mesmo. E quem sabe, a chuva não te trás pra mim?"
Era noite de lua cheia em meio céu. O menino caminhou um por um longo caminho e carregou essa carta como se fosse parte de sua vida. Todo aquele sentimento absurdo, que para ele não tinha sentido nem nome, estavam contidos ali. Ele se esconde, ele omite, ele só sente . E no vento ele a escreveu e o vento a levou. Eu sei, eu estava ali o tempo todo...

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Histórias de um coração que bate: Vênus

  Naquela noite, ele te olhou vindo pelas areias da praia; lentamente, passo a passo como se você flutuasse em direção a ele. Parecia uma daquelas noites de verão onde o céu ameaçava desabar, mas, as nuvens que ali se encontravam, abriram espaço para que a lua pudesse banhar todo o seu rosto e era o único que ele conseguia ver naquele luau. O afeto e todo aquele desejo de cuidar o atingiram certeiro e, o menino que não sabia amar, ficava ali te olhando com as mais lindas vestes de Vênus enquanto você espalhava toda sua simpatia e carisma para quem tivesse disposto a aceitar. E a sua timidez era uma dádiva e o alimento da vontade daquele menino. O que ele mais queria era poder perder todas as suas noites olhando para aquele sorriso, e toda aquela expressão de timidez, sem contar, com toda aquela formosura estranha de como você jogava a areia para cima ao caminhar pela parte mais alta da praia.
   Ele tinha certeza de que tudo aquilo foi planejado e pelas tramoias mais inocentes e doce. O menino tentou te dar toda a atenção do mundo, mas Vênus o tinha fisgado e ele lá tinha ficado: paralisado, sem voz e reação; e enquanto você ria daquilo tudo o menino perdia o ar e vontade de falar e se perdia cada vez mais pelas avenidas dos sonhos. O menino era um sonhador e idealizador de tudo. Ele planejava te encontrar, planejava falar com você e te chamar para dançar. Planos, planos e planos e o que aconteceu foi do contrário o melhor e ele pode sorrir como se fossem os últimos suspiros da sua vida. Ele sabia da sua história, ele ja te conhecia, ele só queria estar um pouco mais próximo.  Aquelas duas horas pareceram 2 dias, e esse 2 dias passaram o mais prazeroso devagar possível. A cada segundo ele sentia o seu estômago dançar de felicidade e as estrelas dançavam a seu favor e eram acessórios lindos para a sua Vênus. O menino, que não sabe amar, registrava todo aquele momento onde tudo parecia tão certo.
   O céu era seu. A lua não estava ali e o céu foi de um azul royal a um laranja e tudo que ali tinha se misturava com aquela cor. Enquanto você estava hipnotizado por todas aquelas cores híbridas o menino sentava ali ao seu lado e escrevia todo o roteiro de um filme. Ele quer te dar flores, te levar para jantar, cozinhar para você, te mimar, te levar um bombom sempre que tiver vontade, quer fazer bolhas de sabão, deitar no capô do carro para desenhar no céu com você, quer tornar seu mundo, ser seu porto seguro e o que você mais quiser. Naquela manhã, qualquer sorriso era uma eternidade vivida ali. E que cada abraço seu era alívio, e ele vai guardar todos os registros porque, naquela manhã ele tinha você e filmava cada passo seu até sumir do outro lado da rua. Eu vi, eu estava ali o tempo todo.