terça-feira, 2 de julho de 2013

Histórias de um coração que bate: Mais velha de amor

   Não, aquela não foi ultima chuva naquele dia. Mas as chuvas pareciam tão diferentes... Elas caiam no rosto daquele menino que não sabe amar, mas a sensação era boa e nostálgica. Não, não era como nos filmes. Parecia algo surreal, fora de qualquer realidade. Essa chuva fazia o menino pensar que o que estava caindo ali eram suas memórias de algo bom, na verdade, ele achava que a chuva trazia isso de nostálgico e lavariam todo o seu corpo e deixariam apenas as coisas boas.
   Não, não era uma chuva qualquer e por mais nostálgica que seja, ela não trazia nada bom. Não se tinha sonhos, não se tinha o toque frio, não tinha brisa de nenhuma lembrança. Não tinha amor, não tinha compreensão, não tinha choro, só solidão. E ela tava ali, mostrando mais uma vez o quão sozinho ele era. Talvez, ele esteja destinado a isso e que ela só estava sendo sincera com ele. Talvez, a chuva poderia ser a sua única companhia da vida inteira e que eles estavam começando seus laços ali. Talvez nem a chuva o queria e estava caindo e escorrendo o seu corpo só para mostrar tudo, um dia, vai embora e nada, além do vazio que ali permanecia. O menino que não sabia amar  não estava desesperado ou chorava como se algo dentre da cabeça dele fizesse sentindo. Ele estava calmo esperando toda aquela chuva cair. O menino muitas das vezes se comparava com a chuva: se guardava nas nuvens, caía em algum lugar e escorria para poder juntar tudo no mesmo lugar. Assim como a vida dele.
    Ele não se pergunta mais de amor, porque talvez sempre tinha vivo ali com ele, que ia e voltava, assim como a chuva. Não, ele não tinha deixado de amar, ele só não sabe amar. A chuva caia mais forte e sobre a cidade inteira e já a essa hora, ele sorria como bobo. Talvez ele não queria nada novo, talvez ele não tinha coragem de sentir que aquilo era novo. A chuva que caia sobre ele era nostálgica de amor e as lembranças, que eram só dele, viram sonhos de amor. Não se tinha um porque, mas era antigo. Não tinha cabimento mas era gostoso. Não tinha futuro, mas tinha amor. Eu vi... Eu tava ali o tempo todo.