quarta-feira, 25 de junho de 2014

Crônicas de amor: Bandeira Laranja

Na nossa vida existem pessoas únicas, aquelas marcantes e que trazem todo o sentido da vida e quando você percebe isso?
Quando maior parte das coisas que você faz te lembra ela. Eu tenho um alguém assim, e agora ele está longe.
Minha vida mudou de 2009 para cá. Naquela época, onde eu desacreditava de tudo e de todos eu conheci meu oposto, meu amigo, meu amor.
Ele vivia me contando história de princesas encantadas e amor verdadeiro. Já eu, falava que nada disso existia e que era tudo besteira. Ele transformava musicas em trilha sonora da vida e eu, só dava valor aquele monte de palavras jogados na estrofe.
Com ele eu aprendi que todo mundo é diferente e sente de maneira diferente. Aprendi também, que para ser sensível não, necessariamente, tem que chorar. Aprendi o que é um coração mole e como ele se magoa com tudo que há em volta. Aprendi a ser Laranja.

Tomávamos café, chá, cervejinhas. Eu fiz juras de colo e amizade eterna, e quando ele precisava, fazia meu ombro de travesseiro e nossas noites ficaram mais laranjas. Minha vida não foi mais a mesma depois que eu conheci o menino laranja.
Em 2009 eu pedi um amigo novo que pudesse me proporcionar coisas novas... e eu ganhei o melhor dos presentes.

O Menino laranja cresceu e desenvolveu um senso de justiça dos mais teimosos possível, mas, não tinha perdido toda a sua essência doce e sensível. Ele costuma dizer: Costumes a gente muda. Agora, a essência é imutável.
Ele tinha as ideias e ambições mais loucas, e por mais loucas que fossem a única certeza que eu tinha era que ele nunca me deixaria aqui. Mas, de tanta ambição o seu coração de aventura partiu para os ares mais frios do desafio. Ele queria vida nova, conhecer outras culturas, se apaixonar por outro lugar, e desbravar o coração do povo branco. Então, os dias foram passando e o tempo diminuindo. Tempo longo e dias curtos, dias longos e tempos curtos...

E então, você se foi... Você se foi junto com as cores. Tudo é preto e branco
você se foi e levou um pedaço meu
você se foi e eu fiquei aqui
Eu achei que você nunca ia me deixar, mas eu to aqui...
aqui...

Hoje... Eu sou laranja



sexta-feira, 13 de junho de 2014

Crônicas de amor próprio: Ópio

Ouvi essa história de um amante na noite passada:
Ele saiu de casa como costumava fazer todos os dias. O sol dava epaço para lua enquanto ele pensava:
_ Quero a noite mais utópica da minha vida!
Ele não tinha nada a perder, então abriu o guarda roupa, tirou a sua calça vermelher que tanto gosta, uma blusa que ganhou de presente, um par de sapatos escurraçados e saiu em busca do inexistente.
Sim, foi a melhor noite da vida dele. Lá estavam os amigos, tinha combustível e meldias agradáveis.
Nada era tão mais utópico assim. Ele sentia tudo muito real, as danças, as cadeiras, os shots de tequila, e as pessoas esquisitas e até aquele amor de uma noite...
amor de uma noite.
Soa estranho, mas parecia que aquele alí era um universo deles. Nunca se viram e sempre se amaram. A valsa de dois pés esquerdos, as fantasias, a baixaria e o ópio, tudo se transformava no mais caloroso clichê de cinema enquanto seus lábios de entrelassavam nas batidas envolventes dos seus beijos e os seus braços que não os deixavam partir. Então, decidiram fazer eternidade na beira de uma praia que tinha por alí, um lugar aconchegante que aguardava só os dois. Enquanto "casal" contavam as estrelas e juravam amor a elas em silêncio. Tomaram conta das contelações e do amor jurado para uma noite só.
Na madrugada ébria deitaram na restinga, se cobriram com conchas e esperara pelo rair do fim de noite. Se o sono não os tinha, aquela utopia, a noite de um amor só, desaparecia no horizonte junto com a noite.
Quando caiu da cama ele percebeu que não haviam as cadeiras, não tinham pessoas, nem areia e céu. Não tinha amor, não tinha gosto de beijo. Mas, na palma da sua mão estava uma conchinha em forma de estrela, para lembrar daquelas contelações que eles pegaram para um amor de uma noite só
Amor...