segunda-feira, 31 de março de 2014

Histórias de um coração que bate: Escrita fluída

"O tempo passa e cada dia parece uma primavera. E, por mais que chova bastante, a minha vontade de te ter por perto só aumenta. Mas não corra de mim; eu tenho gurada-chuva para te entregar. Não quero que se molhe, pois a febre pode chegar, e caso ela chegue, vou servir de manta para todo seu frio. Não se canhe, hoje eu vivo para te fazer bem e não aceito outra opção. minha condição é: não deixar que a chuva te faça mal. E se fizer, mal algum há em te pegar para cuidar.
Me encante e me torne mais feliz. Me faça viver, mesmo que sofrendo, pedindo pelo seu bem. Não se afaste de mim; Não quero cair no vácuo do esquecimento. Me faça sentir mais o seu cheiro, pois nessa cidade, tão fétida, é o unico flavor que me agrada. Não há flores, árvores ou perfumes. Quero teu gosto de lua e a belza que só a sua luz trás.
Mas se um dia quizer ir, me deixe as lembranças, os olhares e as gratificações, para que eu possa guardar dentro daquela caixa, que fica no fundo do meu guarda roupa, junto com todas as outras tralhas que guardei desde o nosso primeiro abraço. Por enquanto, eu não quero pensar nisso e, talvez, o eterno pode nos guardar em qualquer canto dele cheio de estrelas. E tenho que te lembrar que: constelações não extinguem, assim como toda a minha vontade de te ver.
Que essas escritas na areia da praia, sejam levadas para o fundo do mar. Assim, eu posso ter certeza de que, um dia, foi eterno e existiu."

Então, as ondas molhavam o pé do menino na quele lugar onde, hoje, é o preferido dele.
Mareia, maraeia maresia. "Sinta a maré...sia"
Eu vi, eu estava ali o tempo todo...

sexta-feira, 21 de março de 2014

Histórias de um coração que bate: Cartas para lua

"E talvez aqui seja meu lugar favorito porque eu corro o risco de te ver. Mas, cuidado! A maré ta alta e eu não quero correr o risco de te ver partir. Hoje o dia ta tão bonito pra te ver. Eu te espero e não tenho pressa. Enquanto te vejo vir de longe, vou pintando o céu de dourado do jeito que você gosta. Deixa o caos do trânsito pra lá e venha sentir o ar fresco e as mudanças do tempo agora que Júpiter é dominante. Eu sei, sabe o que significa? É... as coisas podem começar a dar certo. Não se sinta mal tão menos importante. Na minha vida, menino, a lua sempre vai ter seu lugar.
Somos diferentes. Você é filho da lua com sentimentos distintos; e eu filho de Netuno de ilusões prontas e dono de emoções que só florescem. Mas a lua controla a maré e eu sou dono dos mares. Luar de sentimentos e mar de ilusões. Que time, não?Não me abandone porque o mar precisa de você. Fica paradinho aí! Não existe luz mais bela que reflete você.
  Mas, porque ri tanto? Não que eu reclame, claro. Mas... você fica lindo de qualquer jeito e não existe momento melhor que esse. Queria que toda minha noite se resumisse nessas duas horas eternas que passaram vagarosamente por todo meu corpo. Houve uma conexão, eu senti. Eu te senti da forma mais plena e sensata. Eu tinha tanto mais para te falar, eu tinha mais tantas outras coisas para escutar. Fica mais? Fica aqui comigo? Menino da lua, me leve contigo para que eu me sinta bem. Mesmo que pouco mas leve. Vamos dar uma volta? andar pelas galaxias e assistir o por-do-sol e contar mais histórias sobre a vida? Se não quiser, eu fico aqui no aguardo de um chamado seu. E eu te sinto de longe e só basta um olhar que não demora e eu chego aí.
  Olha só menino da lua; o que eu senti foi pleno. Não sei o que essa combinação de Netuno e da Lua tem, e se Júpiter me deu esse presente naquele momento. Você sendo sensacional e eu apenas te assistindo enquanto fala pelos cotovelos e gesticula. Já tem que ir? Ok, não vou te prender, mas ficaria ali a noite inteira se pudesse.
Obrigado por ter vindo; obrigado por me fazer sentir bem e me dar de presente o que eu mais queria durante muitas noites: um sorriso seu. 
Eu espero que a gente se esbarre por aí mais vezes. Eu espero que Júpiter me dê esse presente de novo e que a Lua contie sempre plena, linda e cheia de sentimentos bons.
Tchau! Vá com cuidado, não me deixe aqui sem você... a maré ta alta e eu não quero correr o risco de te ver partir.

Antes, te entrego minha ultima poesia de bar. Ela sempre foi sua.
     Deixa toda essa marca
     Que só a sua curiosidade tem
     Na sua Canoa tem vaga?
 
   Não me deixe aqui.
     Curumim
     Solidão a dois nos convém

     O rio é sua razão
     Na sua canoa só há dor
     Sabe Curumim...
     Sua ambição não vê fim
     Não tenha medo de se expor
     Aprenda a gostar de mim
     E saiba que sua lança
     Não caça mais amor"

Eu estava ali o tempo todo...

segunda-feira, 10 de março de 2014

História de um coração que bate: (Carta) cinzas de Quarta.

     Em meio a muitos papeis e rabiscos de poesias, O menino se perde em meio as festas dos prazeres da carne. O barulho e toda a curtição pareciam incompleto, pelo menos para ele, que vivia aqueles dias contando com algo mais. E em uma noite regada a amor e muita gente, em meio a um bloco de rua, naquele mesmo estabelecimento, ele começou a fazer sua famosa poesia de bar:
  Ir embora, aquela noite, me fez perceber toda aquela insegurança inocente. Aqueles olhos, que me pediam para ir, me fizeram perceber que eu faço tudo errado. E que, mesmo que aquele "quase pedido de casamento" me fizera aumentar meu ego e, na forma mais absurda, consumisse todo meu ego ao estopim, aquelas palavras que pairavam, flutuavam e se afogavam naquela multidão de gente me tornou cabreiro e desistisse de qualquer coisa. Porque? Porque? Porque, mesmo que eu voltasse a Vênus aquilo não passaria de mais uma viagem intergaláctica.
   Mesmo que meu conto fadas seja um mundo bom, eu deveria ser o ultimo a desfrutar das pequenas coisas, ou, embarcar naquela nave de volta para Vênus. Tudo bem, há uma vida inteira para percorrer e nada mais, do que alguns anos ou até mesmo uma vida, para mudar tudo aquilo: porque ninguém pensa no Sem Amor e porque eu não descubro sobre ele? As horas passam e eu continuo escrevendo essas cartas para ninguém? Porque o mundo só para de girar ao meu redor? Será que eu já vivi tudo o que eu tinha que viver?  Eu busco em todos os sorrisos aquela fuga do bem estar. Mas eu caço, caço e caço. E não acho que a vida seja injusta e que, talvez, eu só sirva de laço para as pessoas. A vida não é só planejamentos e futuro. Mas, a minha possibilidade passa longe da realidade. Sabe aquelas histórias das retas que nunca se encontram? Eu ainda levo um sorriso, um abraço, um beijo e um cheiro, peculiar, em sei cabelo que me conta toda essa história. Eu não peço por pena. É algo que vai além da consideração.
   Mas você me parece tão sereno e buscando por algo maior. Eu queria, ao menos uma vez, te encher de alegria e fazer transbordar os olhos de felicidade. Queria fazer seu dia bem. É que, sei lá, pareço de incomodar de todos os modos e um tanto quanto petulante e insistente. Tenho medo de te fazer algum mal e um medo enorme de ver correr e fugir... 
   Olha, a luz da lua fica linda em você, sabia? ...
   Olha, eu escrevo várias coisas para você e não tenho coragem de entregar. Mas eu posso ler?
   Não? Bom, de qualquer formar eu deixo aqui, para caso um dia, tenha curiosidade.

   Não demore a voltar
   Eu sei que a mata é seu lugar.
   Me deixa te ajudar a caçar?
   Não se assuste se eu me calar
   Solidão a dois nos convém.

   Curumim
   Me disse que quer ser caboclo
   E que sua lança é sua ambição
   Não há dor, e teimosia tampouco.
   Mas, me faz de sua companhia?
   Na Caçada, sou seu culhão
   E te juro não atrapalhar
   Eu sou, mais um, de seus guias.

   Ninguém sabe como ou quando, muito menos onde houve esse encontro. Ninguém sabe, também, o motivo de tantos desencontros. No fundo, O menino quer esperar. No fundo, o menino quer desistir. Na verdade, ninguém entende... ele só encanta, fantasia, se apaixona e sente.
Eu vi, eu estava ali o tempo todo...