sexta-feira, 14 de junho de 2013

Histórias de um coração que bate: sem nuvens, sem estrelas... só um vago azul negro

  Não queria deixar o bonde andar sem ele. O menino, desesperado, queria ir na janela e ver toda aquela vista que o bonde lhe dava. Era muito encantador, era cheio de luz era cheio de fadas. O sol daquele dia no bonde, era o maior e mais quente de todas as épocas naquela cidade mas tinha um brisa fresca e perfumada e o barulho gostoso daquele bonde ao fundo. Aquela volta no bonde era de bons momentos e de uma forte vontade de ficar ali, na janela, sentado vendo o tempo passar e não acabar. Era sossego, era sombra fresca e de um sorriso luminoso.
  A tarde no bonde tinha deixado o ar movimentado e nervoso, era muita gente no bonde. Pessoas passavam para lá e para cá. Todas esbarravam no menino e nenhuma ficava ali ao lado. O menino continuava sorridente e não sabia onde aquele bonde ia parar, mas o menino estava nele e seguindo em direção ao fim da praia. Parecia que o menino ganhava atenção, parecia que o menino era tão importante, parecia que todos queriam ficar no bonde com ele... se passaram dois minutos e o menino parecia uma figura cinza de álbuns de figurinhas antigos, daqueles que te davam brindes que no final das contas não presta para nada. Sim, ele parecia isso mesmo, e estava ali no canto esperando para ser trocado por outra figurinha. Ou simplesmente jogado fora como qualquer outro papel.
  Descendo do bonde, não se tinha nada. não se via nada e o bonde se transformava em bondinho na medida que ia embora pela praia.O bondinho carregava as estrelas e as nuvens; a alegria e o aroma gostoso; o calor e o frescor... e não sobra nada no bolso do menino, apenas uma nota velha e embolada de dois reais. Nada, nada, nada só o frio, ou nem ele. A vontade de correr atrás do e as lágrimas que o pediam para ficar ali. O menino não sabia o que fazia ali, não sabia o porque que chorava tanto e não sabia o porque que ia acabar sozinho. Ele só queria que o passeio no bonde fosse perfeito. Eu vi... Eu estava ali o tempo todo.