domingo, 15 de dezembro de 2013

Histórias de um coração que bate: Mais do mesmo

  Era tempo de se perder em meio de tantas escolhas e tantos caminhos. O menino já não tinha certeza para quem eram as cartas, para quem eram as canções ou para quem eram todos aqueles sonhos. De galho em galho; era assim que a história fazia. Como se cada dia fosse uma vida diferente e os acontecimentos sempre acabavam da mesma forma: na cama e em lágrimas. De uma coisa, ele tinha certeza, ele estava só, mas, se cansa por ter que mudar de vida todos os dias.
  Ele espera, e até hoje, espera como se os dias deixassem de ter as vidas diferentes e passar a ser uma só. Então, ele percebe que esses 4 dias deveriam se vividos, mesmo que em vidas diferentes, elas não deixam de ser vida que precisa ser vivida. Talvez, ele devesse parar de fugir da VIDA. Talvez, ele devesse apenas deixar que a vida chegasse sublime e com toda aquela paz que carrega no seu rosto robusto. Mas é estranho; a VIDA está sempre tão distante quando próximo e o menino sempre distante quanto longe.
  "É impressionante quanto a sua presença me assusta. Eu tenho vontade de me esconder. Não consigo te olhar. Você desperta uma vontade estranha; tão estranha que, por não entender, eu só penso em fugir" - pensava o menino enquanto a VIDA se aproximava. Era um cheiro doce que carregava todo aquele desejo maternal, com qual, o menino sempre quis fugir. A VIDA permanecia calada. Com suas vestes verdes e sua simpatia continuava ali, doando tudo o que há de bom para as pessoas. E o menino? Continuava no canto com suas pernas tremulas e sua enorme coragem do tamanho de uma unha.
   Aquilo tudo não passava de um primeiro passo, um primeiro susto. O menino sabia que haveria outros momentos e procurou entender o porquê de se assustar tanto. A VIDA era tão doce e robusta com um sorriso inocente e perfurador. E por se encantar pela VIDA  que o menino soube da verdade oculta no temor que sentia. "Era tão encantador! Te conquista com aquele sorriso torto e uma inocência transparente. Eu quis... na verdade, eu quero cuidar; quero mimar. E esse aperto, nada mais é, do que o anseio de saber que ter a MINHA VIDA por perto é o suficiente para ficar bem."
   Em meio de 4 vidas, o menino que não sabe amar, começa a entender que independente de qualquer valor, ele só pode ser chamado assim, se for vivido. Que venha a culpa ou a rejeição. Que venha o não e a compreensão "vulnerabilidade não é fraqueza"..."só se é corajoso quando, se, está Vulnerável". E mesmo que nada disso faça sentindo algum, ele vai vivendo na coragem de ser imperfeito. Eu sei... eu estava ali o tempo todo.