sexta-feira, 13 de junho de 2014

Crônicas de amor próprio: Ópio

Ouvi essa história de um amante na noite passada:
Ele saiu de casa como costumava fazer todos os dias. O sol dava epaço para lua enquanto ele pensava:
_ Quero a noite mais utópica da minha vida!
Ele não tinha nada a perder, então abriu o guarda roupa, tirou a sua calça vermelher que tanto gosta, uma blusa que ganhou de presente, um par de sapatos escurraçados e saiu em busca do inexistente.
Sim, foi a melhor noite da vida dele. Lá estavam os amigos, tinha combustível e meldias agradáveis.
Nada era tão mais utópico assim. Ele sentia tudo muito real, as danças, as cadeiras, os shots de tequila, e as pessoas esquisitas e até aquele amor de uma noite...
amor de uma noite.
Soa estranho, mas parecia que aquele alí era um universo deles. Nunca se viram e sempre se amaram. A valsa de dois pés esquerdos, as fantasias, a baixaria e o ópio, tudo se transformava no mais caloroso clichê de cinema enquanto seus lábios de entrelassavam nas batidas envolventes dos seus beijos e os seus braços que não os deixavam partir. Então, decidiram fazer eternidade na beira de uma praia que tinha por alí, um lugar aconchegante que aguardava só os dois. Enquanto "casal" contavam as estrelas e juravam amor a elas em silêncio. Tomaram conta das contelações e do amor jurado para uma noite só.
Na madrugada ébria deitaram na restinga, se cobriram com conchas e esperara pelo rair do fim de noite. Se o sono não os tinha, aquela utopia, a noite de um amor só, desaparecia no horizonte junto com a noite.
Quando caiu da cama ele percebeu que não haviam as cadeiras, não tinham pessoas, nem areia e céu. Não tinha amor, não tinha gosto de beijo. Mas, na palma da sua mão estava uma conchinha em forma de estrela, para lembrar daquelas contelações que eles pegaram para um amor de uma noite só
Amor...

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