terça-feira, 19 de agosto de 2014

Histórias de um coração que bate: Nunca deixe de me dar a sua mão

   “O que eu não te fiz?”-  Dizia o menino em voz alta na frente do seu espelho quebrado enquanto botava para fora toda a sua frustração. –“Talvez, só talvez, eu deveria ter sido mais seu. Mas, a questão não é essa... ou é? Ok. O que eu fui para você?
Ah! Não sabe? Talvez eu não mereça tal resposta. -  O menino saia da frente do espelho, agora esmurrado, e pisoteava todos os cacos de vidro de tamanha raiva e descia as escadas para rua molhada de sereno. – “Quem é você em todos esse 180 dias? Eu te entreguei minhas ultimas 5 vidas e minhas diversas máscaras... você tem o meu pior, sabia? O meu “eu” vulnerável e ainda acha ruim? Não? Então, qual o problema e o que somos “Nós”?
Sem certeza de nada e dono de suas teorias cartesianas, o menino mergulhava no seu amago e deixava rios de lágrimas pelas ruas silenciosas . Os porquês vieram de forma violenta e surravas a sua cabeça e nocauteava cada canto de amor levando seu ar nas possas de lágrimas. –“ Sinto que eu preciso de mais fé”- Dizia ele embaixo de uma varanda em uma rua escura e apertada. Ele conhecia aquele lugar e não teria outro lugar para não ir, tirando aquela baixo de varanda. –“Preciso acreditar nas minhas palavras e atear fogo nessa planta do “nós”. E porque diabos essas respostas me aparecem agora? Acho que ser você e estar sempre na sua frente é pedir de mais. Não! Estou sendo egocêntrico e cobrando de algo sobre nós, e, talvez, é assim que deve ser. Estou sofrendo por antecipação e não quero fazer fogueira santa de nós.  Poxa! Eu tenho medo.
Medo...
...
...
Por isso eu não permiti mais? Por isso eu te prendi e vivi você? ... Eu fui você esse tempo todo. Em 5 vidas eu nunca fui o que eu sempre quis ser e me tornei você, me encontrei em você. E meu medo agora, é não ser mais você...
Me faz um favor? Me deixa ser eu para que eu possa aprender mais sobre você?
Vamos recomeçar: nos encontramos em um café, pedimos os nossos favoritos do cardápio. Falamos sobre os nosso vícios, falamos dos nossos amigos e hobbies, você me propõe um programa de índio e eu... Eu digo que não. Por quê? Porque eu não uma planta desenhada de nós dois e dessa forma nós improvisamos a vida e começamos a viver.
O que eu não te fiz?
Não me permiti viver você e tive medo de ter. Faça-me outro favor? Me ensina o que é amor?
                O menino saia debaixo daquela varanda. A chuva já tinha passado e suas lagrimas se secaram. Caminhava em direção aquela rua de mão única para sonhar com o que sempre foi seu.  Sem medo, sem dor, com punhos cortados e com um sorriso acompanhado de chororô ele disse:
_ Nunca deixe de me dar a sua mão, ok?
Eu vi... Eu estava ali o tempo todo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário