"Será que aquilo tudo não se passava de um sonho, ou realmente aconteceu? Eram tantas coisas tantos acontecimentos, tantas sensações, mas um só coração, uma só batida e um só suspiro!" - dizia o menino que não sabia amar depois de ter aproveitado aquela noite fria. O vento quente que batia em seu rosto, vinha da sua varanda que já estava iluminado por aquele sol de uma quarta-feira. O menino acordava confuso sem saber o que tinha acontecido. Era sonho, mas era real. a sensação era tão real quanto um tombo que deixa dores no outro dia. Ele não conseguia diferenciar o que era história e o tinha acontecido. um turbilhão de palavras passava pela sua cabeça e as imagens parecia como um filme bem produzido. Ele levantava sem ter a certeza de estar acordado, mas ele queria voltar para aquela sensação boa que sentiu durante a madrugada.
O dia se passava como outro qualquer e tudo parecia muito normal. tudo, menos a sua cabeça. Era algo bom, e ele estava louco querendo descobrir o que era. com as horas se passando a sua memoria começava a voltar. Ele apertava a mão de alguém e o toque era muito quente, a pele daquela mão correspondia a sua respiração alvoraçado como se algo tivesse para acontecer ali. não havia um rosto claro, mas parecia contar uma história. Enquanto contava a história tinha a sensação de que aqueles olhos invadiam a sua alma em busca de um sentimento puro. Era sobre amor, era amor, e sempre foi amor, aquele que quase nunca existiu e que ele não sabia onde se localizava. Logo quando o menino acordou, acreditou que era no coração onde ficava o amor, e que ele estaria o levando a sonhar dessa maneira e que contava histórias. O céu mudava de cor ele esperando por algo mais claro. Nada e nada, não se tinha nada, só se lembrava dos olhos da alma e daquela mão quente.
"Eu quero, mas não posso" - eram as únicas coisas que os olhos da alma falava com ele, era a única mensagem que ele carregava. Ele não sabia o que fazer, ele não sabia para quem correr e no meio disso tudo, vieram as lembranças de beijos na ponta do pé, de um cavalo branco, de um passeio de patins e um sorriso lindo que ficaram no fundo daquela cabeça bagunçada. Mesmo no fim, sem saber de nada ele ria com lágrimas nos olhos pelas coisas que ele sentiu e que tudo aquilo aconteceu, de alguma forma aconteceu. Tiveram quedas durante o patins, teve um susto com o cavalo branco, houve um desconcerto com as pontas do pé, mas nada de errado com aquele sorriso marcante. Era isso, era o motivo dele querer sonhar todos os dias. Mesmo não sabendo de nada, aquilo tudo foi dado a ele. Eu vi... eu estava ali o tempo todo!
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